Você saberia responder se esportes eletrônicos podem mesmo ser considerados esportes? Ficou na dúvida? Então vamos nos aprofundar um pouco no assunto!
Esforço, disciplina e superação são valores de qualquer atleta que deseja se destacar no mundo dos esportes, seja nas modalidades tradicionais ou na dos esportes eletrônicos. Então esqueça o estereótipo do adolescente que passa horas sentado no sofá com um controle ou com o mouse e o teclado nas mãos. Para se destacar na disputa é preciso de uma árdua rotina de treinos à alimentação balanceada, passando por exercícios para manter corpo e mente equilibrados.
Os esports referem-se a competições de jogos eletrônicos onde atletas profissionais disputam individualmente ou em equipe via internet e computadores em rede. E para que tudo isso aconteça existe uma estrutura de apoio gigantesca composta por empresas de games eletrônicos, as ligas e as plataformas de streaming.
A rotina de um jogador eletrônico, como de qualquer outro atleta de esporte tradicional é bastante exaustiva e exige muita dedicação. O treinamento dos profissionais para campeonatos pode chegar a até treze horas diárias.
Mas, diante dessa rotina tão exaustiva e prazerosa ao mesmo tempo, podemos questionar qual o real limite entre o que é saudável e nocivo para a saúde mental de quem joga, por horas e horas a fio? Há um limite? Vamos ver como a ciência, especialistas e atletas tratam do assunto.
OMS
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), "para que o transtorno dos jogos eletrônicos seja diagnosticado, o padrão de comportamento deve ser de gravidade suficiente para resultar em um comprometimento significativo nas áreas de funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, profissional ou outras áreas importantes de funcionamento, e deve ser observado regularmente por pelo menos 12 meses".
Três padrões de comportamento ajudam a diagnosticar o dependente tecnológico.
O primeiro deles é o controle prejudicado. Por mais que tente, o indivíduo não sabe a hora de parar e, por vezes, é capaz de matar aula ou virar a noite só para jogar. O segundo é a prioridade crescente: o sujeito prefere isolar-se no quarto a viajar ou sair com os amigos.
O terceiro e último é que, por mais tóxico que o jogo seja à vida social e escolar, não há meio de se livrar dele.
Especialistas
Tratando dos pequenos, os games podem proporcionar diversão para as crianças aliada aos exercícios para o corpo e a mente. Muitos jogos auxiliam no aprimoramento da coordenação motora fina, pois exigem a manipulação de peças e bonecos de forma delicada. Eles também exigem a combinação entre os movimentos do olho e da mão, para que a criança possa executar a atividade. Não podemos esquecer que muitos games são usados no combate ao sedentarismo e até no tratamento e diagnóstico de doenças em adultos.
“Os games podem melhorar uma série de funções cerebrais. Muitos acabam precisando de orientação espacial - nos jogos nos quais você precisa desvendar mapas, por exemplo, seguir uma bússola. Há também a questão da memória. O aprendizado poderia ser melhorado através dos games. Eu vejo muitas crianças que começam a jogar e a aprendem de maneira mais fácil outra língua. São vários os benefícios nesse sentido. Há jogos específicos para quem tem TDH (Transtorno de Déficit de Atenção e Habilidade), que ajudam com foco e concentração. Há muitos benefícios” - afirmou a psiquiatra Marina Toscano de Oliveira ouvida pela equipe da Betway.
Profissionais
Gabriel Hespanhol, conhecido pelo nick de "cameram4n", é um dos principais jogadores brasileiros de Rainbow Six Siege, um jogo do estilo FPS (tiro em primeira pessoa) extremamente tático e estratégico. Disputa campeonatos nacionais e mundiais do game desde quando o título foi lançado pela Ubisoft em 2015. Viu de dentro como um jogo é capaz de transformar vidas e trazer bons aspectos à tona, se utilizado da forma correta. Amadureceu dessa forma.
“O Rainbow Six foi a maior escola da minha vida. Eu aprendi a lidar com muitas pessoas diferentes, de lugares diferentes, com mentalidades diferentes. Tem que adequar tudo na mesma sintonia. Você tem que saber lidar com as situações e tentar ignorar, e até ajudar o parceiro para que todo mundo tenha o mesmo foco, o mesmo objetivo, que é ganhar os torneios (...) Você cria uma certa maturidade de saber a responsabilidade que você tem para conseguir resultados e acaba tendo um foco, uma diretriz” - disse.
Mas, nem só de jogadores vive esse universo! Um outro profissional que conquistou seu espaço nesse mundo foi o streamer. Se você não sabe o que é pode ficar tranquilo, que já explico! Streamer nada mais é do que a pessoa responsável por transmitir e comentar os jogos na internet!
A vida de um streamer pode ser tão exaustiva quanto de um jogador, então é importante manter atenção quanto ao esforço e tempo diante das telas.
José de Araújo Cavalcante Neto, mais conhecido como Netenho, é um dos maiores streamers do país. Sua página no Facebook ultrapassa os 820 mil inscritos. O canal no YouTube, 924 mil. Diariamente, milhares de pessoas têm nele um canal próprio de televisão. É assistido por fãs de diversas idades. Passa uma média de oito horas fazendo lives e entretendo quem o acompanha. Sabe que, no começo da carreira, exagerou. Chegou a bater 300 horas de stream em um mês.
“Eu não tinha pausa para comer direito. Estava muito fissurado. Eu queria crescer de qualquer jeito. Então, eu falo para galera: você tem que separar seus horários. Você tem que fazer suas coisas, se alimentar bem, cuidar bem da saúde, se exercitar.... Porque se você acha que ficar só no PC por horas e horas e vai dar bom... Não vai. Tem que ser sempre balanceado. A saúde sempre vem em primeiro lugar” - afirmou o streamer profissional.
Esportes x Esports
De acordo com publicação feita pela Betway, site de apostas em eSports, assim como nos esportes tradicionais, os atletas de esports, devem estar atentos aos seus limites físicos e mentais para que suas habilidades sejam desenvolvidas e os resultados sejam alcançados, caso contrário o todo o esforço pode se tornar um grande problema.