Segundo o professor, o momento exige serenidade para decisões e criatividade
A pandemia de coronavírus definitivamente transformou a rotina dos brasileiros. É preciso se adaptar à nova realidade imposta pela quarentena, sobretudo no que diz respeito às finanças pessoais. Na questão financeira, é cada vez mais importante levar o gerenciamento das contas a sério. Afinal, com um cenário incerto, é essencial se organizar.
Visando esclarecer algumas dúvidas e dar dicas importantes sobre como fazer um planejamento financeiro durante o período da quarentena, conversamos com o professor e Coordenador do Curso de Engenharia de Produção da unidade de João Monlevade, Marco Túlio Costa. De acordo com o docente, é sabido que o impacto da pandemia na economia do país e mesmo a economia global é tido como inevitável. Mas, apesar do momento desafiador, é preciso buscar informações de qualidade para estar preparado. “Seja lendo, assistindo ou ouvindo, é hora de conhecer um pouco mais de finanças”.
Se liga no bate-papo leve e cheio de dicas:
# Não sabe se vai faltar grana? Mais do que nunca, está na hora de fazer sua planilha de finanças pessoais
“Uma dica para as finanças pessoais que é dada por 10 em cada 10 especialistas é manter o controle das finanças pessoais, equilibrando os gastos com a renda pessoal ou familiar. E se essa máxima sempre foi válida para nosso cotidiano, mais ainda se faz necessária no momento atual. Identificar o quanto sua vida financeira foi afetada pela pandemia e se organizar financeiramente é uma importante decisão para evitar ser pego desprevenido e acabar tendo problemas para equilibrar suas contas.
Para isso, você pode criar uma planilha de Excel, destacando os proventos e os gastos mensais. Lembre-se, é importante lançar todos os gastos, mesmo aqueles mais simples. Tem dificuldades com planilhas? Não tem problema. Hoje são disponibilizados diversos aplicativos que podem te auxiliar nesse controle, entre os quais podemos citar: Guia Bolso, Mobills, Minhas Economias, Wisecash, entre outros”.
# É micro-empreendedor? Calma a pandemia não precisa ser o fim do seu mundo
“É sabido que o impacto da pandemia na economia do país e mesmo a economia global é tido como inevitável, aliás, já é percebida por muitos países e por muitas pessoas. Outro ponto de impacto inerente da condição que passamos atualmente é que as empresas de pequeno porte, as micro-empresas e os profissionais autônomos serão os mais afetados nesse período. Há inúmeras discussões e alertas sobre os riscos de negócios acabarem nesse período.
Opa! Mas não por isso que você deve cruzar os braços e esperar o fim do seu empreendimento. O momento exige serenidade para decisões e criatividade para manter ou impulsionar o empreendimento. Use as redes sociais para divulgar seu trabalho e seus produtos. Explore sua rede de contatos para espalhar a informação. Crie parcerias e oferte seu produto delivery para seus clientes. Adapte seu produto se for necessário. Pesquise como outros empreendedores têm buscado se adaptar às novas situações”.
# Está difícil melhorar sua renda nessa crise? Existem oportunidades que necessitam apenas do primeiro passo.
“Como vamos acompanhando pelos noticiários, a taxa de desemprego no Brasil já estava alta desde o ano de 2019. Aí aparece uma pandemia que, aparentemente, está tentando tornar as coisas ainda mais difíceis. Como, então, aumentar a renda se as empresas não estão contratando? A ideia de fazer rendas extras é antiga e tornou-se embrião para vários negócios de sucesso. Muitos começam explorando habilidades que já possuem, mas que antes empregavam apenas como hobby, como, por exemplo, ensinar a tocar um instrumento, preparar produtos alimentícios ou criar decorações com artesanato.
Para aqueles cujo o hobby não seja lá uma grande opção (jogar futebol ou assistir filmes não vão te garantir alguma renda se você não for um jogador profissional ou crítico de cinema), existem maneiras de fazer um dinheirinho extra na internet. Você pode, por exemplo, criar um site de vendas de produtos específicos (como esportes e filmes) e fazer parceria com grandes redes, como a Magazine Luiza, que cuida de todo o processo operacional. Dá pra criar blogs e falar de coisas que você adora, explorando ganhos com publicidade com o Google Adsense. Ou ainda fazer um bazar no mercado livre com aquelas coisas que você comprou e quase nunca (ou nunca mesmo) usou. Já pensou em se tornar um Youtuber? Vai que dá certo!”
# Vale a pena entrar na Bolsa agora? Em momentos de crise, oportunidades podem surgir.
“A bolsa brasileira bateu recorde de pontos poucas semanas antes da deflagração da pandemia. Ótimo para quem estava dentro, mas entrar na bolsa no topo pode ser um tanto arriscado. Aí, em poucos dias, cai a praticamente metade. Será que agora é a hora de entrar, afinal, pegar ações em baixa podem possibilitar maior ganho com a recuperação da bolsa após a crise ocasionada pela pandemia, certo?
Pode ser uma oportunidade, é fato. Mas deve-se ter uma atenção muito grande para as decisões tomadas, além de que é preciso estudar antes de sair comprando ações. Antes de mais nada, é preciso compreender que a bolsa de valores pode gerar grandes rendimentos, mas também é considerada de um risco muito elevado. Assim sendo, não é lugar para fazer ‘apostas’ e sim atuar apenas com preparo adequado”.
# Dá para aprender sobre finanças de forma divertida? Se souber escolher, tem para todos os gostos.
“Uma afirmação muito repetida atualmente é a de que os brasileiros são uma negação quando o assunto é finanças pessoais. Mas atualmente informação e conhecimento estão disponíveis em massa e vale muito a pena se educar financeiramente, independentemente da idade. Para começar, existem livros de todos os tipos e gostos que exploram o tema de variadas formas. Podemos citar, por exemplo, os livros “Pai rico, Pai pobre”, do Robert Kiyosaki, e “O segredo da mente milionária”, de T. Harv Eker, ambos Best Sellers de sucesso no mundo todo. Se quiser uma leitura mais focada em nosso próprio país e nossa própria cultura também temos opção: “Do mil ao milhão sem cortar no cafezinho”, do Thiago Nigro, ou ainda “Casais inteligentes enriquecem juntos”, do Gustavo Cerbasi. Quer um livro mais técnico e acadêmico? “Administração Financeira”, de Antônio Zorato Sanvicente, pode ser a sua escolha.
Ainda não tem sistematizado o hábito de leitura ou falta tempo para ler? Existem diversos canais no YouTube que ensinam muito bem a educação financeira pessoal, entre os quais podemos citar o “Me poupe!”, da Nathália Arcuri, “O primo rico”, do Thiago Nigro, “EconoMirna”, com Mirna Borges e “Jovens de negócios”, do Breno Perrucho. Mas se ainda assim, o tempo está curto, que tal um podcast para ouvir enquanto dirige seu carro ou arruma a cozinha? As dicas são “PrimoCast”, variação do canal Primo rico no YouTube, ou “Educação financeira”, podcast de finanças pessoais do site de notícias G1. Seja lendo, assistindo ou ouvindo, é hora de conhecer um pouco mais de finanças. Então bora aprender!”
