Polícia

08/10/2016 Menor é agredido e tem cabeça enfiada no vaso em Centro Socioeducativo

Um adolescente infrator quase foi assassinado, na tarde desta quinta-feira (6), após ser enforcado e ter a cabeça enfiada na privada por outro interno dentro do Centro Socioeducativo Santa Lúcia, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O crime só foi evitado após agentes socioeducativos perceberem as agressões e conseguirem conter o suspeito, que já havia completado 18 anos, mas ainda cumpria pena na unidade.

De acordo com o registro feito pela Polícia Militar (PM), era por volta de 14h quando os agentes e a diretora da unidade começaram a ouvir barulhos vindo do alojamento onde o menor e o suspeito estavam. Eles resolveram verificar o que acontecia e, ao entrarem no local, presenciaram o adulto enforcando o outro com um mata-leão.

Aos policiais militares, o menor contou que o suspeito seria morador do Santa Rita, bairro que seria rival da facção do bairro onde ele mora. Ele relatou ainda que o maior teria retornado de um atendimento com a diretora da unidade e, assim que entrou no alojamento, começou a discutir com ele, dizendo que iria matá-lo.

A partir daí o adolescente teria passado a ser enforcado, sendo que o jovem aidna forçou sua cabeça para dentro do vaso sanitário, chegando a pressionar a descarga para sufocá-lo com a pressão da água.

Já sem ar, o adolescente teria conseguido usar o braço para se desvencilhar do autor, que passou a enforcá-lo com o mata-leão até a chegada dos agentes. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), após os agentes separarem os dois internos, o adolescente foi socorrido à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte. "O jovem passa bem e já retornou ao Centro Socioeducativo", diz a nota divulgada pela secretaria.

O adulto que estava internado na unidade acabou preso por tentativa de homicídio e foi levado para a Delegacia de Plantão. Conforme a Polícia Civil (PC), o flagrante foi lavrado e ele foi transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de fora, onde está à disposição da Justiça.

Falta de comida

No dia 12 de setembro deste ano, a juíza titular da Vara da Infância e Juventude de Juiz de Fora, Maria Cecília Gollner Stephan, chegou a mandar soltar os 75 adolescentes internados na época na unidade socioeducativa. A medida foi tomada devido à falta de alimentação fornecida pelo governo de Minas Gerais.

Segundo a magistrada, o problema de falta de alimentação vinha acometendo a unidade desde março. "Vocês não ficaram sabendo, nem os meninos souberam que faltava comida. Mas a partir de julho começou de novo, a diretora da unidade já pagou no cartão de crédito particular a alimentação de fim de semana, porque avisaram às 19h que não tinha comida", denunciou a juíza.
Maria Cecília deu um prazo até a manhã seguinte para que a alimentação fosse fornecida. Ainda conforme a juíza, as comidas apareceram "milagrosamente" após a ameaça e, desde então, o fornecimento teria se normalizado.  

O Tempo

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