Saúde

12/04/2016 Demora por atendimento médico no PA em João Monlevade revolta pacientes

Longa espera tem virado rotina e população reclama. Prefeitura e Hospital Margarida não se manifestaram

Tem se tornado uma constante em João Monlevade reclamações quanto a demora nos atendimentos no Hospital Margarida, depois da unificação dos serviços de urgência e emergência no município, entre a unidade e o Pronto Atendimento. A junção, ocorrida no segundo semestre do ano passado, foi realizada às presas, devido a problemas estruturais apontados por órgãos de saúde no PA. Agora, centenas de pacientes chegam a esperar até 6h por uma avaliação médica no PA do Hospital Margarida e a situação têm gerado revolta.

O número de atendimentos tem subido dia após dias também em decorrências de pacientes que procuram o Pronto Atendimento com suspeitas de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt – principalmente a dengue. Sem outra porta de entrada na saúde, o HM acaba ficando sobrecarregado.

Ontem (11), uma foto que mostra a recepção do hospital abarrotada, viralizou em rede social e pipocaram as reclamações. Pacientes reclamaram que idosos e crianças precisavam aguardar atendimento por horas. Alguns diziam ter chegado à unidade no período da manhã e mesmo no meio da tarde, ainda não haviam sido atendidos.

Na semana passada, o Última Notícia denunciou que um paciente idoso aguardou atendimento por mais de três horas no Hospital Margarida, deitado em cadeiras da recepção. Os assentos foram usados como uma maca. O homem que recebeu ficha amarela (que precisa de atendimento urgente, mas pode aguardar), conforme avaliação de enfermeiro por meio do Protocolo de Manchester, apresentava febre alta. 

A direção do Hospital Margarida e o prefeito de João Monlevade, Teófilo Torres (PSDB) foram procurados, por meio de suas Assessorias de Comunicação, para comentarem o assunto. Em nota, o HM informou que "o Hospital, as Prefeiturasos e os Planos de Saúde estão conversando entre si, e acredita-se por parte da provedoria do hospital, que em breve será alcançado o objetivo uma vez que está contanto com a boa vontade das partes envolvidas". A administraçaõ municipal não se manifestou. 

O vice-prefeito e médico de João Monlevade, Railton Franklin (PDT) se posicionou sobre a questão em rede social e classificou a situação como deplorável. “Essa situação deplorável eu imaginei que iria acontecer com a mudança intempestiva do PA para o HM sem nenhuma avaliação estrutural e financeira prévia. Gastava-se [a Prefeitura com o PA] R$ 1.200.000,00 e agora repassa [ao Hospital Margarida] R$ 210.000,00. Se livrou do PA [a administração municipal] que bem ou mal desafogava o HM. Uma total falta de respeito com a saúde principalmente com os mais carentes”, opinou.
 

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