Objetivo de novo protocolo é orientar os profissionais da saúde a avaliar necessidade de cesarianas, uma vez que, quando não indicadas, elevam riscos para a saúde da mãe e do bebê
O Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Cesariana. O objetivo do documento é auxiliar e orientar os profissionais da saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias, uma vez que o procedimento pode aumentar da probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido e grande risco de morte materna e infantil. As determinações já foram publicadas no Diário Oficial da União.
Entre os principais destaques do protocolo, além de derrubar o mito de que a cesariana é mais segura e que o parto normal é sempre um procedimento de dor e sofrimento, é auxiliar na busca das melhores práticas em saúde. Além disso, obriga a equipe médica a alertar a gestante, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos e eventos adversos relacionados ao procedimento cirúrgico ou uso de medicamentos para a operação cesariana.
O protocolo deverá ser seguido, a partir de agora, pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
O protocolo clínico recomenda, ainda, um aconselhamento sobre o modo de nascimento para gestantes com operação cesariana prévia que considere as preferências e prioridades da mulher, os riscos e benefícios de uma nova operação cesariana e os riscos e benefícios de um parto vaginal após uma operação cesariana, incluindo o risco de uma operação cesariana não planejada.
Mulheres com operações cesarianas prévias devem ser esclarecidas de que há um aumento no risco de ruptura uterina com o parto vaginal após operação cesariana prévia. Os profissionais e instituições de saúde devem ter resguardada a autonomia em relação à aceitação ou não da assistência ao parto vaginal após duas operações cesarianas.
João Monlevade
Segundo dados fornecidos pelo Hospital Margarida, em 2015, foram realizados na unidade de saúde 1.478 partos. Deste total, 958 foi por cesarianas, o que corresponde a 65% dos nascimentos. Ainda segundo o Margarida, o hospital realiza campanhas de orientação e incentivo ao parto normal, mensalmente as gestantes participam do Projeto Nascer Bem onde recebem orientações e esclarecem dúvidas sobre a gestação e o parto, porém essa decisão muitas vezes é acertada, antecipadamente, entre médico e paciente durante o atendimento pré-natal.