Gerais

07/06/2019 Anvisa libera consumo de peixes e crustáceos do Rio Doce, mas estipula limites diários

Segundo o órgão, é necessário um monitoramento contínuo para definir melhor o nível de segurança para o consumo de peixe oriundo das regiões afetadas

Desde novembro de 2015, moradores do Leste de Minas Gerais sentem os impactos da lama que tomou conta do Rio Doce, depois do rompimento da barragem em Bento Rodrigues, distrito de Mariana.

Quase 4 anos depois, a Anvisa passa a considerar, nesta semana, o consumo de alimentos derivados do Rio, mas respeitando alguns limites estipulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. De acordo com a determinação, os limites diários para adultos e jovens acima de 10 anos é de até 200 gramas de peixe (ou 1,4 kg por semana) e de até 50 gramas para crianças até 10 anos e gestantes (ou 350 gramas semanais). Segundo esses parâmetros, a ingestão é considerada segura para o consumo, representando risco mínimo à saúde.

A determinação foi baseada na análise de 76 diferentes espécies de peixes, quatro de camarões e uma de lagosta. O resultado mostrou a presença de 12 tipos de metais, mas a Anvisa assegurou que apenas o chumbo e mercúrio representam risco à saúde. A agência ressalta a importância de acompanhar o desenvolvimento da situação.

“A conclusão da Agência é de que é necessário um monitoramento contínuo para definir melhor o nível de segurança para o consumo de peixe oriundo das regiões afetadas. A Anvisa apontou, por exemplo, a necessidade de avaliar um número maior de crustáceos, já que as amostras analisadas são pouco representativas, cobrindo apenas quatro espécies de camarão e uma de lagosta. A avaliação considerou os dados disponíveis, que são limitados, pois não incluíram outras fontes alimentares que são consumidas pela população da região.”

Apesar das circunstâncias, os pescadores da região estão esperançosos com a situação do Rio Doce e com o que já estão observando. José Francisco de Abreu, pescador e presidente da Associação dos Pescadores e Amigos do Rio Doce (APARD) falou sobre as expectativas.

“A gente reparou que a Corvina estava desaparecida, não se encontrava mais no Rio. Hoje tem bastante. Voltou a viver no Rio Doce. Isso é motivo desse reinício que teve o Rio. Os afluentes estão trazendo água limpa para o Rio, desde que a lama passou. Então a vida do Rio são os afluentes”.

(G1)

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