O Leste de Minas é a região que apresenta maior número de casos de Chikungunya no estado. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, somente no primeiro semestre, 17.510 casos prováveis da doença foram registrados, além do quinto óbito confirmado, todos na cidade de Governador Valadares. Atualmente, 15 óbitos estão em investigação em Minas Gerais. Em função desse quadro, em Ipatinga foi aceso o sinal de alerta. Mas há ainda outro fator preocupante: o número de casos da doença notificados na cidade, em 2017, já é bem maior que o de todo o ano de 2016.
O Boletim Epidemiológico apresentado pelo Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Ipatinga informa que o município registrou, no período de 1º de janeiro a 30 de junho, 420 notificações da doença. Desse total, 357 casos já foram confirmados. No mesmo período do ano passado, foram notificados apenas 13 casos, com apenas duas confirmações. Na vizinha Governador Valadares, já são mais de 11 mil casos prováveis este ano.
No que diz respeito a casos de Dengue, o município de Ipatinga registra 1.150 casos notificados em seis meses. Em se tratando de Zika, são 46 casos, sendo nove em gestantes.
A gerente da Vigilância Epidemiológica de Ipatinga, Gabriela Pereira, alerta para o surto de Chikungunya: “As doenças transmitidas pelo Aedes ainda são um grande desafio para o poder público, uma vez que a maior parte dos focos do mosquito se concentra dentro das casas, devido à água parada”, explica.
Ela acrescenta: “É fundamental que cada morador da cidade reforce as ações para eliminar os criadouros. Isso inclui verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, conferir se as calhas estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de plantas”, pontuou.
SINTOMAS DA DOENÇA
A Chikungunya é uma doença viral, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Na fase aguda ela apresenta sintomas como febre alta, dor muscular, hiperemia (vermelhidão na pele), conjuntivite e poliartrite (dor nas articulações). Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas.
De acordo com o Ministério da Saúde, devem ser considerados casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior ou igual a 38,5ºC, poliartrite ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua. Embora as dores nas articulações também ocorram nos casos de dengue, a intensidade delas é maior em se tratando de Chikungunya e afeta principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e punhos).
O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e os sintomas geralmente são mais intensos em crianças, idosos e gestantes. Esse grupo, bem como o de pessoas com doenças crônicas, tem mais chance de desenvolver formas graves da Chikungunya.
CUIDADOS
Ainda segundo a gerente da Vigilância Epidemiológica, em caso de suspeita o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa. “Os cuidados devem ser redobrados. É fundamental não tomar remédio por conta própria. Isto porque a automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. É importante também que o paciente mantenha repouso e beba líquidos em abundância”, orienta.
