Passados 20 dias do festejado anúncio do acordo firmado entre a Usiminas e o grupo japonês Sumitomo, sócio da siderúrgica na Mineração Usiminas e que reforçou o caixa da companhia numa etapa essencial do seu programa de reestruturação, outra reviravolta sacode a empresa: a destituição de Rômel Erwin de Souza da presidência.
Pela segunda vez ele é retirado do cargo, por decisão tomada ontem em reunião extraordinária do Conselho de Administração. A dança da principal cadeira da diretoria traz de volta o executivo Sérgio Leite de Andrade, atual vice-presidente comercial e que havia cumprido pouco mais de quatro meses na presidência em 2016, do fim de maio ao começo de outubro.
O novo revés confirma a tensão constante vivida pela Usiminas nos últimos dois anos e meio do conflito judicial entre os principais acionistas da siderúrgica – o grupo japonês Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation, e o conglomerado Ternium/Techint.
Empregados de carreira, Rômel Souza e Sérgio Leite são os homens de confiança dos sócios, o primeiro indicado da Nippon, e o segundo, da Ternium. Neste ano, as duas companhias ensaiaram tentativas de conciliação, sem sucesso.
Fato relevante divulgado pela Usiminas no começo da noite informou que, por maioria de votos do Conselho de Administração, foi aprovada a eleição de Sérgio Leite.
O placar da reunião do conselho da siderúrgica cravou sete votos favoráveis à troca do presidente, dos quais três dados pelos representantes da Ternium, dois pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), um dos acionistas minoritários e outro dos funcionários.
Os conselheiros da Nippon e da Previ somaram três votos contrários ao afastamento de Rômel Souza. Nippon e Ternium não se manifestaram sobre o mais novo capítulo da novela em que se transformou a disputa societária. (EM)