Saúde

10/01/2017 Casos de caxumba dobram em Minas e motivo pode ser falha vacinal

O número de casos de caxumba em Belo Horizonte e em Minas Gerais praticamente dobrou de 2015 para 2016, apesar de as duas doses da vacina contra a doença constarem no Calendário Nacional de Vacinação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de BH (SMS), as notificações de caxumba foram de 289, em 2015,para 572 em 2016. Em Minas Gerais, segundo o governo do Estado, foram 1.369 casos registrados em 2015, e 2.772, no ano passado.

Janaína Fonseca Almeida, diretora de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), afirma que a principal hipótese para o aumento da incidência da doença é uma falha vacinal secundária, um termo técnico usado para quando pessoas adquirem uma doença contra a qual haviam sido imunizadas. Ou seja, a caxumba estaria atingindo também indivíduos que receberam as duas doses da vacina.

Ela diz que a tendência é que a imunidade dos vacinados diminua com o passar dos anos. Mesmo assim, a vacina ainda é a melhor política pública de prevenção à caxumba. Tanto que pode ser aplicada em adultos e adolescentes que tenham contato com casos de surtos.

“Se houver mais de três casos em um mesmo ambiente, trabalhamos com vacinas de bloqueio. As pessoas que têm contato com os infectados recebem a dose da vacina conforme seus cartões de vacina”, afirma Janaína Fonseca.

Imunização
De acordo com o Ministério da Saúde, a eficácia da vacina é de 98% no primeiros anos de vida dos indivíduos e diminui com o passar do tempo. A melhor estimativa da eficácia da vacina para caxumba em crianças e adolescentes é de 64% a 66% para uma dose, e de 83% a 88% para duas doses. As outras duas doenças combatidas pela Tríplice Viral, sarampo e rubéola, possuem uma proteção de 95% em duas doses. A Tetra Viral também combate a varicela.

Mesmo que a vacina não apresente uma eficácia alta contra a caxumba, há um consenso no poder público de que não existe a necessidade de uma terceira dose ou de campanhas de vacinação. Isso foi atestado tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pela Bio-Manguinhos (braço da Fiocruz dedicado a vacinas), fabricante da Tríplice Viral.  

HD

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