Opinião

24/06/2016 João Monlevade: Salve-se quem puder!

De nós roubaram o carro, bolsa, documentos pessoais, celular, artigos de vestuário, a dignidade e o orgulho de ser monlevadense

Nunca foi tão perigoso voltar para casa.
Em 30 anos, após residir em grandes cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, esta última por mais de 8 anos e meio, jamais passou pela minha cabeça ser abordada de forma tão abrupta, violenta e humilhante, tendo uma arma de fogo apontada diretamente para o meu coração a menos de 10 cm de distância, na minha própria cidade: João Monlevade.
Aqui nasci, cresci e escolhi viver.
Por escolha e por amor à "minha terra", no propósito de contribuir para o desenvolvimento da minha cidade e estar em família, retornei.
Nesta noite, pouco mais de 23 horas, entre a instituição de ensino CERP (unidade do bairro República) e a sede do Jornal A Notícia, dois rapazes sob posse de uma arma renderam eu, meu namorado e um amigo empresário local.
De nós roubaram o carro (Gol G6 série Seleção preto ninja - placa PUB 0944), bolsa, todos os documentos pessoais, celular, pertences, artigos de vestuário que se encontravam no veículo, a dignidade e o orgulho de ser monlevadense.
Levaram o brilho dos olhos e a esperança de dias melhores.
Deixaram apenas insegurança, desespero e decepção.
João Monlevade, atualmente conhecida como "Cidade Violência".
Me chamo Alice Campolina, tenho 30 anos, sou comunicóloga social com especialização em publicidade e propaganda, cientista política, trabalhadora, filha e irmã de educadoras da rede pública.
Sou cidadão monlevadense, e hoje, dia 24 de junho de 2016, sou mais uma sobrevivente de assalto à mão armada na minha própria cidade.
Sou estatística.
Salve-se quem puder! 

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