Opinião

30/01/2016 Pra que planejar?

A ferramenta que muda vidas

Auriston Magalhães Vitor
Auriston Magalhães Vitor

Você já deve ter percebido que a energia renovadora da proximidade do réveillon, aquela força propulsora que traz um sentimento de que realizaremos grandes feitos, geralmente desaparece logo nos primeiros dias do ano.

Qual seria o porquê, após anos e anos de vida a maioria das pessoas continuam repetindo o mesmo ritual de sonhos e planos, para logo em seguida esquecê-los diante das demandas cotidianas.

Na prática da Psicologia, seja ela no consultório ou em treinamentos em empresas e instituições, observa-se um vazio que pode ser um dos fatores dessa repetição frustrante. Seria nesse espaço que de repente, tudo aquilo que foi idealizado não consegue se traduzir em ação prática.

Para tanto, de forma breve e até simplista, pode-se elencar três mecanismos desfavoráveis para a realização de projetos. De dentro para fora, segue-se pela ordem.

Primeiro internamente há uma dificuldade imensa das pessoas serem boas companhias para elas mesmas. Há dificuldade em estar só, em ouvir os próprios pensamentos. Olha-se pouco para dentro e para as próprias prioridades.

Um segundo aspecto que merece atenção está ligado justamente ao que vem de fora: a cultura. É senso comum que em nossa sociedade, desde as ações políticas até as ações domésticas, são permeadas de improvisos e ajustes de última hora, trazendo grandes prejuízos e perdas de oportunidades.

E formando o trio estão os elementos sabotadores. Que veem tanto de dentro quanto de fora.

O elemento sabotador interno, vem de um sentimento comum a todos os humanos, uns mais outros menos, de que quando se está caminhando rumo à felicidade e conquistas, há sempre uma sensação de que algo ruim possa acontecer em sequencia. É um sentimento que levam a perguntas do tipo: “será que eu sou merecedor?” ou “por que eu?” e até mesmo, “tá muito bom, prepara que tá perto de piorar”.

Já o elemento sabotador externo, vem justamente dos amigos, familiares e pessoas que realmente gostam de você. E que até por isso mesmo, são os primeiros a insistirem para comer um pouco mais quando se está de dieta ou os que fazem questão da sua companhia em uma viagem não programada quando se está reservando recursos para outros fins.

Entenda-se, portanto, que sabotador nada tem a ver com inimigo ou algo do tipo. Muito pelo contrário. São apenas pensamentos e situações que colocam em xeque aquilo o que se quer fazer.

E aí está o ponto chave. Você sabe o que você quer? O que pretende realizar este ano? São perguntas básicas para quem quer fazer acontecer e ser mais protagonista da sua vida.

Chega-se então ao famoso planejamento. Que é justamente a ferramenta que preenche aquele vazio entre o sonhar e o agir. É a peça que une algo que está no campo do pensamento com as medidas necessárias para torna-lo real.

Quer realizar sonhos? Planeje-se. Escreva o que você quer e qual o caminho para chegar lá. E faça.

Com o momento do mundo em que se tem notícia sobre tudo e sobre todos, gastar mais tempo com a sua vida pode ser o salto de qualidade que falta.

As ciências do comportamento humano estão a esse serviço. Atuando em cima de questões práticas e objetivas, pois tudo que se estuda sobre este tema só aponta para uma direção: se conhecer e ter compromissos com você mesmo é uma forma de ser melhor com os outros, de libertação e de saúde emocional e física.

 

Auriston Magalhães Vitor
Psicólogo, Psicoterapeuta, Especialista em Gestão Empresarial
Instrutor de treinamentos com atuação Organizacional e Escolar
 

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